Ambientes com foco no bem-estar dos usuários podem aumentar em até 22% a produtividade dos funcionários, segundo pesquisa conduzida em 2006 pela Gensler, uma das maiores empresas de design do mundo. A mesma pesquisa também identificou que 90% dos funcionários admitem que sua atitude no trabalho é afetada pela qualidade do ambiente no escritório.

Essa abordagem amplia a avaliação dos usuários para além da qualidade do ar interior e conforto térmico, incorporando o conceito de IEQ (Indoor Environmental Quality), ou Qualidade do Ambiente Interno, com a inclusão de características como iluminação, ruído, vibração, ergonomia, espaço disponível, segurança, privacidade e aspectos psicossociais (fatores estressores).

“Entendo que o conceito de IEQ amplia o conceito de QAI. Ou seja, serão considerados maior número de parâmetros e variáveis para avaliar o ambiente em relação a avaliação específica do ar interior. Utilizando como referência o Manual da Smacna: Indoor Air Quality – A Systems Approach, verificamos que os fatores que são indicados para avaliar o ambiente vão além de uma verificação do estado térmico e higrométrico e das características de contaminação do ar simplesmente. Questões relacionadas à distribuição do ar no ambiente, aos níveis de ruído (acústica), e, principalmente, à sensibilidade dos ocupantes deste ambiente climatizado devem ser consideradas. Esta proposta aponta na direção da ampliação do conceito de QAI, levando em conta o sentimento dos ocupantes. Isto está coerente com o que prevê a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Ashrae, em que pontuam que o sentimento manifestado por ocupantes expressa seu bem-estar, e envolve aspectos fisiológicos e sua percepção psíquica. Assim, há uma tendência a considerar muitos parâmetros para avaliar a QAI, o que levou a ampliação do conceito de QAI para IEQ, pois muitas características do ambiente influenciam o resultado na consideração do ocupante sobre o ambiente em que está, como a iluminação, a ergonomia, etc.”, explica o Prof. Dr. Antônio Luís de Campos Mariani, do Departamento de Engenharia Mecânica e Coordenador do Programa Poli Cidadã da Escola Politécnica da USP.

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