O Prêmio Nobel de Economia de 2023, concedido pela Academia Real de Ciências da Suécia, foi entregue à professora norte-americana Claudia Goldin, da Universidade de Harvard (EUA), por sua pesquisa sobre o papel da mulher no mercado de trabalho.

O estudo aponta a seriedade de um tema que tem ganhado notoriedade diante da sociedade – a presença feminina no mundo corporativo e do empreendedorismo. É diante deste contexto que o Comitê de Mulheres do Setor AVACR da ABRAVA tem atuado na busca da equidade de gênero nos setores representados.

“É um orgulho vermos a professora Claudia reconhecida pela realização de uma pesquisa tão importante, não apenas para as mulheres, mas para todo mercado de trabalho”, enfatiza a presidente do Comitê, Priscila Baioco.

Neste ano, há outros exemplos de mulheres que receberam o Nobel, “fato que nos enche de orgulho, ao sabermos que estamos juntas nesta jornada feminina no mercado de trabalho e diante da sociedade. São fatores como estes, que validam o propósito do nosso trabalho à frente deste Comitê”, arremata.

Além da professora Claudia Goldin, outras mulheres receberam o Prêmio Nobel 2023, como a professora francesa de física atômica Anne L’Huillier (Física), pelo desenvolvimento de métodos experimentais para o estudo da dinâmica dos elétrons; a jornalista e ativista iraniana de direitos humanos Narges Mohammadi (Paz), que luta pelos direitos das mulheres no seu país e atualmente encontra-se presa no Irã; e a bioquímica húngara Katalin Karikó (Medicina), ao lado do imunologista Drew Weissman, pelo estudo que levou ao desenvolvimento de vacina contra o vírus Sars-Cov-2.

Estas premiações demonstram que as mulheres estão no caminho certo, na busca do reconhecimento dos seus direitos e de equidade. Conhecer o perfil das mulheres no mercado de trabalho, é fator essencial para a construção de qualquer narrativa diante das empresas e sociedade.

A pesquisa da Prof. Claudia Goldin chancela uma série de processos e iniciativas em que as mulheres são protagonistas, a exemplo do Comitê de Mulheres da ABRAVA. Em meados de 2020, o Comitê aplicou uma pesquisa com o objetivo de conhecer o perfil das mulheres que atuavam naquela época no setor AVACR, e a partir do resultado, ações puderam ser planejadas e buscadas até os dias de hoje.

A professora Claudia analisou 200 anos de participação das mulheres no mercado de trabalho, mostrando que, apesar do crescimento econômico contínuo, os ganhos das mulheres não se equipararam aos dos homens e a diferença ainda persiste, mesmo que as mulheres tenham alcançado níveis mais altos de educação do que os homens.

Resultados revelados no estudo da professora Claudia são reconhecidos na pesquisa realizada pelo Comitê, que evidenciou os problemas enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho, vividos ainda hoje, como a desigualdade de gêneros nas empresas, as dificuldades em conciliar carreira e maternidade, de seguir a vida acadêmica após o matrimônio, entre outros aspectos.

“Os resultados também apresentam caminhos a serem considerados para o aumento da presença feminina no mercado de trabalho, e apontam os benefícios e impactos no cenário econômico de uma sociedade”, complementa Priscila Baioco.