O mercado precisa ficar atento! Só no ano de 2020, 90% das importações do fluido HCFC R14b foram suspensas. Na prática,  é neste ano de 2021 que o setor já vai sentir o impacto da falta do R141b e também do aumento do seu custo.  Mas não se preocupe, já temos opções disponíveis com a mesma eficiência e menor preço!

É importante ficar alerta, porque existem produtos de limpeza que na prática não limpam o sistema. Ou seja, não conseguem arrastar óleos e fuligens por completo. Há também um caso pior, no qual há a destruição dos elastômeros no decorrer do tempo, ocasionando vazamento no sistema.

Já o R22, um fluido bem popular no Brasil,  é muito utilizado para manutenção em refrigeração e ar condicionado, chegando a cerca de 600 toneladas ao mês. Sendo destinado 75% para a  refrigeração comercial e 25% para ar-condicionado

É interessante comunicar que nosso parque atual de R22 é gigante. A situação preocupante que fica para o setor de AVAC-R analisar é com relação ao que será feito com todas as instalações existentes.

A partir de janeiro de 2025, o corte das importações do R22 será de 67%. Atualmente o setor utiliza cerca de 600 toneladas por mês. Imagine então, em 2025, quando o setor só tiver disponível 198 toneladas por mês. O que faremos?

Tendo isso em mente, é importante então avaliar desde já a compra de equipamentos novos, para que os antigos com R22 sejam trocados, ou planejar a adequação do aparelho atual, com fluidos à base de HFCs.

Em minha opinião, em um primeiro momento, a melhor solução, caso o cliente queira fazer um investimento de baixo custo, é optar pela mudança para algum HFCs já existente no mercado.

Antes de falarmos das famílias dos HFCs, é importante informar ao mercado que somos signatários de kigali, porém, ainda não ratificamos. Na prática, após o processo de ratificação acontecer, o Brasil ainda terá muitas famílias de HFCs para trabalhar, sendo possível atender os consumidores por um longo período de tempo.

O setor de refrigeração e ar-condicionado, vem tendo mudanças nas famílias de fluidos refrigerantes nos últimos 30 anos. Iniciamos as mudanças com saída dos CFCs (ex.R12 e R11), agora,  estamos na eliminação dos HCFCs (R22 e R141b) e no futuro, em médio e longo prazo – cerca de 7 a 15 anos-,  vamos presenciar a eliminação dos HFCs (ex.R404A,R410A).

Atentos a isso, nos últimos anos, o setor vem se adequando a novas tecnologias de fluidos refrigerantes.  Começando há 15 anos, com as primeiras geladeiras com R600 (HC) –  fluido com flamabilidade e, tendo, nos últimos 5 anos, o crescimento das famílias de fluídos refrigerantes.

Na realidade, já estamos convivendo com fluidos de baixa flamabilidade ou inflamáveis.

1- R290  e R600A.

2- Famílias de fluidos sintéticos (HFOs) com baixo GWP tem flamabilidade

3- Fluidos substitutos do 141b para limpeza de sistemas, com baixa flamabilidade.

Sabendo disso, o profissional do setor tem que se preparar. Isso porque o que o mercado nos reserva será a convivência diária com fluidos inflamáveis e/ou com baixa flamabilidade.

Quando falamos em sistemas, é importante que o profissional se adeque de forma segura a trabalhar com estes fluidos, uma vez que o equipamento vai estar em constante funcionamento. É preciso cuidado com faíscas, utilizando equipamentos de manutenção anti-faísca, como a bomba de vácuo e recolhedora anti-faísca, um produto já à venda no mercado brasileiro.

Já para os novos substitutos para limpeza de sistemas, caso venha o profissional comece a  trabalhar com fluidos de baixa flamabilidade, a segurança na operação é mais tranquila.

Independente de qual fluido seja utilizado, é proibido que o equipamento esteja ligado durante esse processo. Isso porque os fluidos têm baixa pressão e podem danificar o compressor. Por isso, não se preocupe!  Faça o mesmo procedimento que atualmente realiza com 141b.

Por fim, na dúvida consulte sempre o fabricante do produto, pois ele estará preparado para atender suas necessidades.  Além disso, atente-se também às chegadas de novos e mudanças de fluidos. A chegada de uma nova série de produtos alternativos podem atrapalhar o trabalho.

Atenção! Opte sempre por:

1- Empresas consolidadas no mercado e que possuam uma boa rede de distribuidores (lojas)

2-  Clientes podem lhe fornecer suporte técnico

3-  Entender os custos e saber se o preço é justo para seus custos do dia a dia

4-   Embalagens fornecidas com informações em português.

5 –  Empresas que possuem FISPQ

7- Fornecedor que tem como garantir estoque local e tem material técnico disponível para consultas.

Paulo Neulaender atua no setor há 35 anos. É diretor da GPS Neulaender, consultor Internacional das Nações Unidas, sócio-fundador do site Ambiente Gelado, diretor de comunicação e mkt Abrava e membro da camara ambiental de refrigeração e ar-condicionado da Cetesb Membro do CB 55 (normas técnicas ABNT).