Presidente do Departamento Nacional de Ar-condicionado Residencial da ABRAVA participa de matéria sobre ar-condicionado no jornal O Globo
RIO – No Rio, o primeiro mês do ano bateu todos os recordes quando se fala em calor. A média das temperaturas máximas foi a maior da história, 37,4°, segundo o Climatempo. A sensação térmica chegou aos 50°. O resultado do uso intensivo do ar-condicionado começa a aparecer nas contas de luz. O publicitário Gabriel Franco, por exemplo, espera um aumento de 50% no valor da fatura. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) para o GLOBO, no entanto, mostra que é possível reduzir o impacto na conta com a escolha certa do aparelho.
Na avaliação de seis equipamentos de 9.000 BTUs, todos classificados como A, nota máxima do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), a diferença de consumo apurada entre o mais e o menos eficiente pode superar R$ 1.600, em 5 anos, considerando o uso de oito horas diárias.
— Olhar a classificação da etiqueta não é mais suficiente para fazer uma boa escolha. Hoje cerca de 80% estão classificados como A, mas há diferença de consumo significativa entre eles — alerta Clauber Leite, pesquisador em energia do Idec.
Leite chama a atenção, no entanto, para o fato que nem sempre é simples saber qual é o consumo do aparelho. Além disso, o pesquisador critica o fato de o parâmetro brasileiro para medir a capacidade total de refrigeração de um aparelho e a energia que consome (o Coeficiente de Eficiência Energética) ser inferior aos praticados em outros países, como o Japão, onde é de 6,5 W/W (watts de calor gerado a cada watt de energia consumida), China, de 6 W/W, e os Estados Unidos (4,6 W/W). Aqui, o coeficiente do melhor aparelho é 4,74 W/W, diz o Idec.
Marcos Borges, coordenador do PBE do Inmetro, diz que está sendo feito um estudo para ajudar a mudar o perfil de consumo dos aparelhos de ar-condicionado. Trata-se do Projeto Kigali, fruto de um acordo internacional, que no Brasil reúne fabricantes, governo, academia e ONGs.
— A partir desse projeto, devemos mudar o método de teste dos aparelhos, o que permitirá melhor comparação com os de outros países. O estudo também será a base para a nova classificação. A ideia é dar um salto de eficiência.