A edição de 2023 da FEBRAVA contará com uma série de novidades, uma delas é a Ilha de Tratamento de Águas, atração que amplia ainda mais a jornada de atualização, conhecimento e possibilidades de negócios dos visitantes qualificados que atuam no universo de AVAC-R.
O tema também inaugura a série de entrevistas que serão disponibilizadas nos próximos meses neste espaço sobre os setores temáticos – Tratamento de Águas, Tratamento de Ar, Ferramentas e EPI, Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento elétrico, gás e solar, contemplando soluções industriais, comerciais e residenciais – que fazem parte da 22ª edição do maior encontro do setor na América Latina.
Para conhecer mais sobre o assunto e o que está sendo preparado para exposição, a FEBRAVA conversou com Charles Domingues, Presidente do Comitê Nacional de Tratamento de Águas da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (CNTA – ABRAVA) e coordenador da ilha temática de tratamento de águas. A instituição é apoiadora da feira, que tem organização da RX.
O executivo possui 38 anos de experiência na área e tem acompanhado as atualizações e tecnologias de automação, avanços em sustentabilidade, entre outros movimentos que têm transformado o setor nas últimas três décadas. Na entrevista, ele traz um panorama atual e a importância do tema para profissionais de AVAC-R e de outros ramos de atividade. Confira:
1. Neste ano, a FEBRAVA traz uma novidade, o setor de Tratamento de águas. Qual é a importância atual de dedicar um espaço para a apresentação de soluções para a área no evento?
Charles Domingues (CD) – O tratamento de águas faz parte de uma forma direta de processos tanto relacionados a ar-condicionado quanto de refrigeração. Tratar do tema tem grande relevância para o mercado, já que, além de ser parte integrante dos processos, é de nossa responsabilidade conhecer as águas e fazer o uso responsável desse elemento. Todo mundo usa água, seja como insumo ou matéria-prima. A ilha deverá envolver a cadeia industrial de produção e de consumo.
2. Como a ABRAVA pretende organizar o setor de Tratamento de Águas? Quais empresas/companhias deverão participar? O que os visitantes encontrarão na atração?
CD – A Ilha está formatada para receber órgãos validadores, certificadores, empresas de tratamento de águas, laboratórios e fornecedores de produtos e/ou insumos para o setor.
Quem visitar o espaço, terá a oportunidade de conhecer produtos, serviços e representantes que estarão demonstrando suas soluções, assim como lançamentos de novas tecnologias.
3. Como o tratamento de águas tem impacto o setor de AVAC-R no país?
CD – O tratamento exerce impacto direto tanto no setor de ar-condicionado, quanto no de refrigeração. Neste sentido, é preciso considerar que conservação, performance e eficiência dos equipamentos e processos estão ligados a um programa de tratamento de águas.
4. Quais tecnologias têm impulsionado os sistemas de tratamento de águas e no controle da higienização das operações?
CD – Teremos lançamentos de tecnologias importantes durante a FEBRAVA. Produtos inéditos, mas não posso dar spoilers. Resumidamente, temos acompanhado a inovação em equipamentos com o IOT, com tecnologia embarcada em produtos, serviços, análises e também no monitoramento de programas de tratamento.
5. Com relação a utilização de águas em atividades domésticas, comerciais e industriais, seja como insumo ou matéria-prima, o que tem surgido de novidades e como o mercado nacional tem debatido o assunto?
CD – Na verdade, as Águas para consumo humano são regidas pela portaria 888/21 do Ministério da Saúde. Com relação aos usos múltiplos, temos as classificadas como doce, que em sua maioria são águas alternativas tais como subterrâneas, de poços, e as de superfície (essa com risco de acabar), além do uso menos nobre, reuso de águas em diversas formas, assim como aproveitamento de água das chuvas.
Vale destacar que todas as indústrias utilizam água nos diferentes processos operacionais. Na área comercial, por exemplo, em hospitais, centro de convenções, shoppings centers, o uso de diversos tipos de água também é muito grande.
6. As 17 ODS 2030 e as políticas de ESG têm pautado a atuação do poder público e também das empresas privadas. Como os compromissos estão transformando o serviço de tratamento de águas?
CD – O mercado está interessado na questão de tratamento de águas, principalmente em seu uso responsável. Além da FEBRAVA, outros congressos têm trazido o assunto, porque o mercado busca conhecer as soluções mais eficientes e entender como funcionam os processos de tratamento e os tipos de águas existentes, que também refletem em economia de energia, de custos, melhor funcionamento, performance e durabilidade dos equipamentos.
E como falar em eficiência energética se muitos profissionais não conhecem nem a qualidade da água que utilizam? Esse é um dos propósitos da ilha temática de Tratamento de Águas da FEBRAVA.
7. Sobre saneamento básico, o assunto traz algum(ns) reflexo(s) no tratamento de águas para o setor de AVAC-R? Caso sim, qual(is)?
CD – Não se aplica diretamente, apesar de fazer parte do tema. Quando falamos em saneamento, precisamos considerar que o assunto envolve etapas no Brasil: água tratada (saneamento básico); o esgoto; o escoamento superficial, já que não adianta tratar a água e não dar o destino para a chuva; e a de coleta de materiais para evitar a contaminação do meio, por exemplo.
Mas é preciso que as pessoas conheçam essas informações, saneamento não é só falar de água e esgoto, envolve destinação correta de resíduos sólidos e a preocupação com as galerias e ferramentas que compõem o que chamamos de equipamentos urbanos para a destinação correta das águas pluviais.
8. Quais são as perspectivas para o tratamento de águas no país para os próximos anos?
CD – Estamos tratando de águas específicas. Mas, vale destacar que no mundo temos um consumo de água que não é proporcional ao crescimento da população, inclusive no Brasil, um dos maiores produtores mundiais, a água está escassa.
Temos uma quantidade de água no planeta para atender a tudo: indústria, agronegócio, paisagismo, setor alimentício, seja como matéria-prima ou nos processos de produção de insumos como, por exemplo, a siderurgia, no resfriamento de aço. A quantidade de setores e negócios que podem se aproximar da ilha de tratamento de águas no evento, inclusive para uma visão futura, é imensa. Assim como é interessante que as empresas concessionárias também estejam conectadas à feira para ampliar os processos de tratamento de diferentes águas.
Os usuários estão em busca de soluções e a FEBRAVA será uma oportunidade de conhecer mais sobre o assunto.