Depois de percorrer quase mil quilômetros na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, a primeira edição da Expedição do Clima, jornada em prol da conservação do meio ambiente e da sustentabilidade na indústria automotiva, chegou ao fim na sexta-feira (13).

A viagem educativa, organizada pela oficina e escola paulistana de climatização e refrigeração veicular Super Ar, teve como objetivo ressaltar a importância da redução de emissões de gases de alto potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) utilizados em sistemas de ar condicionado de automóveis, caminhões, ônibus e tratores.

O propósito da expedição ambiental é se tornar um projeto permanente para conscientizar a sociedade brasileira acerca dos danos causados por fluidos refrigerantes à base de hidrofluorcarbonos (HFCs), substâncias que já começaram a ser restringidas nos países que aderiram à Emenda de Kigali.

Segundo o professor Sérgio Eugênio da Silva, o Brasil tem cerca de 50 milhões de veículos leves, ônibus e caminhões circulando com R-134a, um HFC que, quando liberado na atmosfera, gera um impacto climático 1,3 mil vezes maior que o dióxido de carbono (CO₂).

“Juntamente com empresas sérias, responsáveis e comprometidas com o desenvolvimento sustentável, estamos engajados na luta para que o Congresso brasileiro aprove logo o projeto de decreto legislativo que inclui o País entre os signatários da Emenda de Kigali”, diz o idealizador do Projeto Jalapão.

O docente, que também preside o Departamento de Ar Condicionado Automotivo da Abrava, lembra que o evento foi promovido, coincidentemente, na semana em que o mundo recebeu dos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) notícias alarmantes a respeito do clima.

“Infelizmente, as conclusões gerais do novo relatório do IPCC sobre o aquecimento global não permitem uma leitura muito otimista sobre nosso futuro”, enfatiza o especialista.

O documento revela que as emissões humanas de gases de efeito estufa (GEE) foram responsáveis por elevar em cerca de 1,1 °C a temperatura da Terra desde a segunda metade do século 19.

Nos próximos 20 anos, a temperatura média global deve subir ou exceder 1,5 °C, conforme alerta o relatório.

“A menos que haja reduções imediatas, rápidas e em grande escala nas emissões de GEE, limitar o aquecimento global em cerca de 1,5 °C, ou mesmo 2 °C, estará além do nosso alcance”, advertem os responsáveis pelo estudo.

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