Tema é destaque durante a 21ª FEBRAVA, principal feira do setor AVAC-R, que acontece entre os dias 10 e 13 de setembro, em São Paulo

São Paulo, maio de 2019 – O Brasil é o sexto país com a energia mais cara do mundo. Aqui, o custo desse insumo estratégico para a economia é 46% maior que a média global. O levantamento, feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) no final de 2018, mede o peso financeiro da energia para o setor industrial.

Mas este item também representa valores importantes para os proprietários e inquilinos de edifícios comerciais, onde o ar-condicionado chega, em alguns casos, a ser responsável por até 60% do consumo de eletricidade, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Ministério das Minas e Energia (MME). No varejo de alimentos e bebidas, os sistemas de refrigeração são os grandes vilões.

A busca na eficiência energética na refrigeração ganha importância diante da demanda  por equipamentos de condicionamento do ar, principal item nos debates que ocorrerão durante a 21ª Febrava – Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar que acontece em setembro, na cidade de São Paulo.

Segundo Luciano Marcato, que preside o Departamento Nacional de Ar-Condicionado Central da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), apoiadora da feira, a eficiência energética em sistemas de AVAC-R (aquecimento, ventilação e ar condicionado; em inglês “heating, ventilating and air conditioning” ou HVACR) caminha no Brasil  puxada pela indústria e pela demanda do mercado. “Diversos produtos e tecnologias de sistemas de última geração e alta tecnologia vêm sendo introduzidos no mercado brasileiro nos últimos anos, porém a legislação encontra-se defasada ou em alguns casos inexistente, seja na parte de ar condicionado central ou sistemas de refrigeração comercial e industrial”, destaca.

Em 2018, a EPE apresentou a nota técnica “Uso de Ar Condicionado no Setor Residencial Brasileiro: Perspectivas e contribuições para o avanço em eficiência energética” que apresenta cenários de consumo de eletricidade por condicionadores de ar residenciais no Brasil até 2035 e estima que a demanda por eletricidade devido ao uso de condicionadores de ar pelas famílias pode crescer 5,4% ao ano e atingir 48 TWh em 26 anos. “Por outro lado, caso venham a ser implementados índices mínimos mais rigorosos ao longo do horizonte analisado, o consumo de eletricidade evitado poderia atingir 15 TWh em 2035, equivalente a uma usina de 3,5 GW”, diz a nota.

O documento da EPE destaca que a sustentabilidade e a promoção da eficiência energética no Brasil envolvem algumas ações, como o reforço da base de dados, a avaliação de conformidade dos aparelhos, o reforço da base laboratorial, desenvolvimento de edificações eficientes, por exemplo, cujo sucesso depende da coordenação entre os diferentes agentes do mercado, incluindo o governo, distribuidores de energia, fabricantes e importadores de aparelhos, e consumidores.

Para Marcato, o desafio é “identificar metodologias e laboratórios para os equipamentos Inverter, de velocidade variável e menor consumo de energia , bem como implementar políticas de atualização dos níveis mínimos por categoria de forma a gradativamente eliminar aqueles menos eficientes”.

Como exemplos positivos, Marcato cita as novas famílias de balcões expositores em sistema de refrigeração comercial, o uso de sistema de refrigeração com CO²  tanto em refrigeração comercial quanto industrial, aumento do uso de sistemas de fluxo variável de refrigerante, tanto nos equipamentos VRF quanto em splits systems de alta capacidade e também em resfriadores de líquido. “Do lado das edificações, temos significativo aumento dos processos de certificação energética predial , LEED do Green Building Council , Acqua e também Procel Edifica, sendo este o principal, senão único programa público em busca de aumento da eficiência energética em sistemas de climatização predial com aplicação na esfera governamental. Este projeto do PROCEL Edifica encontra-se em fase de revisão”, afirma .

 

Assessoria Reed 2Pró