Os sistemas de ar condicionado
Os sistemas de climatização possuem um papel importante na qualidade do ar de interiores.
Tem como objetivo controlar simultaneamente a temperatura, a umidade, a movimentação, a renovação e a qualidade do ar de um ambiente. Em certas aplicações controla também o nível de pressão interna do ambiente em relação aos ambientes vizinhos.
Desde a sua concepção no projeto, especificando-se qual tipo será usado, até a manutenção periódica e verificação de sua eficiência e eventuais poluentes gerados. Ar gelado não significa ar de boa qualidade. Esta é uma premissa importante que a Lei 13.589/2018, bem como a NBR 16.401: 2008 ajuda a lembrar e tomar medidas corretivas e preventivas nesta direção.
Já no projeto existem importantes decisões a serem tomadas quanto o tipo de climatização a ser escolhido. Geralmente para ambientes coletivos o ideal é utilização de sistema de condicionamento central. No entanto, visando economia financeira, muitos projetos optam por sistemas tipo Split (hi-wall /piso teto/cassete). Este sistema, originalmente concebido para ambientes residenciais, não possuem um sistema de troca de ar ou renovação sendo o mesmo por muitas vezes optado devido ao seu baixo custo. Os possíveis problemas gerados por instalações como essa em ambientes críticos como hospitais, consultórios ou até mesmo restaurantes, são inúmeros e as consequências na saúde dos ocupantes podem ser sérias.
Desta forma se faz necessária, atendendo a norma NBR 16.401: 2008 e a legislação brasileira, renovação de ar para diminuir a concentração do nível de CO2 no ambiente, insuflando ar por meio de tomadas de ar externo afim de aumentar o nível de oxigênio. Essa solução é feita por ventiladores axiais ou centrífugos com filtros incorporados para assegurar que o ar insuflado esteja limpo.
Além disso existem tecnologias capazes de renovar o ar sem a utilização de ar externo. Equipamentos dotados de células foto-catalíticas conseguem limpar os poluentes do ar de maneira contínua podendo amenizar os problemas causados por equipamentos tipo Split em ambientes com maior concentração de pessoas.
Os sistemas de climatização central são instalados com projeção de renovação de ar o que melhora bastante os parâmetros da qualidade do ar de interiores. Muitas vezes, no entanto, novas tecnologias são necessárias como complemento ao sistema para eliminação de fontes de odores ou problemas específicos que não foram contemplados no projeto de ar-condicionado. Além disso, o próprio sistema pode ser um foco gerador de contaminantes se não houver uma manutenção adequada. Dutos sujos e filtros saturados entre outros problemas podem piorar tremendamente a qualidade do ar interior dos ambientes servidos pelo sistema se não houver manutenção adequada. Sem contar na perda de eficiência energética gerada pela maior pressão em sistemas carregados.

 

Legislação Brasileira
Nosso país está bem atualizado com normas técnicas internacionais em relação a qualidade do ar interno.
Também dispomos de legislação específica sobre esse assunto.
O Ministério da Saúde publicou a Portaria 3.523 em 28 de agosto de 1998, a primeira legislação nacional sobre qualidade do ar interno. Ela dizia que sistemas de ar condicionado acima de 5,0 TRs (60.000 btus) deveriam ter um profissional legalmente habilitado como responsável técnico e um plano de manutenção, operação e controle, visando garantir uma boa qualidade do ar para os usuários.
Multas podem ser aplicadas a proprietários, locatários ou prepostos de edificações de uso público e coletivo que não cumprirem essas exigências.

Como na Portaria 3.523, no seu artigo 2º, estava escrito:
Art. 2º Determinar que serão objeto de Regulamento Técnico a ser elaborado por este Ministério, medidas específicas referentes a padrões de qualidade do ar em ambientes climatizados, no que diz respeito a definição de parâmetros físicos e composição química do ar de interiores, a identificação dos poluentes de natureza física, química e biológica, suas tolerâncias e métodos de controle, bem como pré-requisitos de projetos de instalação e de execução de sistemas de climatização.”

Nos anos 1999/ 2000, o Ministério da Saúde criou um grupo técnico assessor, formado por 13 entidades ligadas ao tema, para elaborar a Orientação Técnica sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Era o complemento a Portaria 3.523/98 com os critérios para informar a população e comunidade técnica sobre a qualidade do ar de interiores.
Uma periodicidade de análise semestral, bem como estratégia de amostragem em função da área climatizada para edificação com capacidade técnica acima de 5,0 TRs (toneladas de refrigeração) ou 60.000 btus, foram definidas. Os responsáveis técnicos por assinar tais documentos também foram determinados nessa nova regulamentação.
A legislação brasileira foi pensada para ambientes corporativos ou de uso público, onde os usuários não têm o poder de controlar o sistema de ar condicionado. Basicamente são ambientes não residenciais.
No dia 24 de outubro do ano 2000 o documento final foi publicado, sob o nome de Resolução 176, já sob a chancela da ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, braço regulatório do Ministério da Saúde. Nascia ali a primeira legislação brasileira com padrões e parâmetros de verificação da qualidade do ar em ambientes climatizados.
Passados pouco mais de 02 anos, a Resolução 176 foi revisada e substituída em 16 de janeiro de 2003 pela Resolução 09 também publicada pela ANVISA.

Foram definidas 04 normas técnicas que devem ser analisadas semestralmente.

 

Normas Técnicas Pesquisa Método Padrão Objetivo da pesquisa
001 Fungos Viáveis Laboratorial
(07 dias a 25OC)
750 ufc/m3
I/E < 1,5
Contaminação Microbiológica
002 CO2 Leitura Direta 1.000 ppm Renovação de Ar
003 Temperatura Umidade Velocidade 21 a 26oC
35% a 65%
< 0,25 m/s
Conforto
004 Material Particulado Laboratorial < 80 µg/m3 Nível de Sujidade

 

conforme estratégia de amostragem abaixo:

    • selecionar 01 amostra de ar exterior localizada fora da estrutura predial na altura de 1,50 m do nível da rua.
    • Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída climatizada dentro de uma mesma edificação e razão social, seguindo a tabela abaixo:

Área construída (m2)                Número mínimo de amostras

Até 1.000                                                        1
1.000 a 2.000                                                  3
2.000 a 3.000                                                  5
3.000 a 5.000                                                  8
5.000 a 10.000                                                12
10.000 a 15.000                                              15
15.000 a 20.000                                              18
20.000 a 30.000                                              21
Acima de 30.000                                             25

    • as unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas diferenciadas, tais como serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser amostrados isoladamente.
    • os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o amostrador localizado na altura de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona ocupada.

 

Em relação a reponsabilidade técnica dos resultados avaliados de qualidade do ar, a Resolução 09 define que:
Em relação aos procedimentos de amostragem, medições e análises laboratoriais, considera-se como responsável técnico, o profissional que tem competência legal para exercer as atividades descritas, sendo profissional de nível superior com habilitação na área de química (Engenheiro químico, Químico e Farmacêutico) e na área de biologia (Biólogo, Farmacêutico e Biomédico) em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país e comprovação de Responsabilidade Técnica – RT, expedida pelo Órgão de Classe.
As análises laboratoriais e sua responsabilidade técnica devem obrigatoriamente estar desvinculadas das atividades de limpeza, manutenção e comercialização de produtos destinados ao sistema de climatização.
Recomenda-se que os laboratórios de análise da qualidade do ar interno sejam acreditados na norma de qualidade NBR ISO/IEC 17.025 – procedimentos laboratoriais na área de saúde, sendo acreditados no Brasil por entidades como INMETRO/ CGCRE ou ANVISA/ REBLAS. http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/rble/ ou http://portal.anvisa.gov.br/reblas/habilitados.

 

Por que se preocupar com a qualidade do ar de interiores?
Além do claro impacto sobre a saúde dos ocupantes, estudos internacionais demonstram que a boa manutenção dos sistemas de climatização assim como a adoção de normas e procedimentos regulares como limpeza de dutos, troca regular de filtros e utilização de tecnologias complementares como a foto-catálise, podem trazer enormes benefícios econômicos a médio prazo.
Em 2011 a universidade americana Carnegie Mellon publicou um estudo onde descobriu que o índice de absenteísmo era de 2,2% em prédios públicos americanos e 1,1% em edifícios privados devido a problemas na qualidade doa ar. Este percentual equivale a um custo anual de US$765,00 por funcionário privado e mais de US$1.100,0 por funcionário público.  O estudo sugere que melhorias nos sistemas de ar condicionado e na qualidade do ar interior como um todo gerariam economias significativas além do impacto direto na saúde dos ocupantes. No Brasil um estudo chamado “A Análise Estatística Dos Afastamentos Por Problemas De Saúde De Servidores Públicos” (2007) de Jane Cléia Cunha, aponta este mesmo índice abordado pela universidade Carnegie Melon em 6,1%. Podemos concluir que o impacto financeiro em edifícios brasileiros é ainda maior que nos americanos. O estudo da Carnegie Melon também explicita melhora na produtividade dos funcionários o que causa impacto direto na eficiência laboral e consequentemente maiores ganhos financeiros.
Já em 2016 a prestigiosa universidade de Harvard nos Estados Unidos publicou um estudo dizendo que a qualidade do ar de interiores impacta diretamente nas funções cognitivas dos funcionários e que a melhora na eficiência é um fator de grande impacto financeiro nas instituições. Além disso o estudo reitera que o maior gasto nos edifícios comerciais não é o aluguel, as contas de luz, água ou qualquer outro custo indireto. O maior custo é o de salários que compõe aproximadamente 90% dos custos de um edifício. A falta laboral por problemas de saúde gerados no ambiente de trabalho, além da baixa produtividade, é o maior gasto que se pode ter dentro de um estabelecimento. Segundo o estudo de Harvard, uma qualidade do ar adequada pode gerar ganhos extras de até US$6.500,00 por pessoa por ano com aumento de produtividade e menos faltas laborais.
Concluindo, além do impacto direto na saúde dos ocupantes, a melhor qualidade do ar de interiores através de sistemas limpos e mais eficientes pode trazer importantes ganhos econômicos. Medidas preventivas são de extrema importância e novas tecnologias são capazes de ajudar na melhoria da qualidade do ar como um todo.

Fonte:
-https://hbr.org/2017/03/research-stale-office-air-is-making-you-less-productive
-http://naturalleader.com/thecogfxstudy/
http://www.escoladegestao.pr.gov.br/arquivos/File/Material_%20CONSAD/paineis_II_congresso_consad/painel_12/a_analise_estatistica_dos_afastamentos.pdf
Center for Building Performance and Diagnostics,  NSF/IUCRC, e ABSIC da Universidade  Carnegie Mellon

Escolas

Visão Geral

A maioria das pessoas está ciente de que a poluição do ar exterior pode afetar sua saúde, mas a poluição do ar interior também pode ter efeitos significativos e nocivos para a saúde. Os estudos da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) sobre a exposição humana a poluentes do ar indicam que em algumas condições  os níveis internos de poluentes podem ser superiores aos níveis ao ar livre. Estes níveis de poluentes atmosféricos internos são particularmente preocupantes porque a maioria das pessoas gasta cerca de 90% do seu tempo dentro de casa. Para os fins desta orientação, a definição de boa gestão da qualidade do ar em ambientes internos (QAI ) inclui:

  • Controle de poluentes no ar;
  • Introdução e distribuição de ar externo adequado; e
  • Manutenção de temperatura e umidade relativa aceitáveis.
O QAI bom contribui para um ambiente favorável para estudantes, desempenho de professores e funcionários e um senso de conforto, saúde e bem-estar. Esses elementos se combinam para ajudar uma escola em sua missão principal – educar as crianças.
A temperatura e a umidade não podem ser negligenciadas porque as preocupações de conforto térmico subentendem muitas queixas sobre “má qualidade do ar”. Além disso, a temperatura e a umidade estão entre os muitos fatores que afetam os níveis de contaminantes internos.
As fontes externas também devem ser consideradas, pois o ar exterior entra nos edifícios escolares através de janelas, portas e sistemas de ventilação. Assim, as atividades no entorno tornam-se fatores que afetam os níveis de poluição interna, bem como a qualidade do ar exterior da escola.
Por que a QAI  é importante?
Nos últimos anos, os estudos comparativos de risco realizados pela EPA classificaram consistentemente a poluição do ar interior entre os cinco principais riscos ambientais para a saúde pública. A qualidade do ar interna adequada é um componente importante em um ambiente interno saudável e pode ajudar as escolas a alcançar seu principal objetivo de educar as crianças.
A incapacidade de prevenir ou responder prontamente aos problemas da QAI  pode:
  • Aumentar os problemas de saúde a longo e curto prazo para estudantes e funcionários, tais como:
  • Tosse
  • Irritação ocular
  • Dor de cabeça
  • Reações alérgicas, e em casos mais raros, condições que ameaçam a vida, como a pneumonias ou intoxicação por monóxido de carbono
Agravar asma e outras doenças respiratórias. Há evidências substanciais de que a exposição ambiental interna a alérgenos, como ácaros, pragas e mofo, desempenha um papel no desencadeamento de sintomas de asma. Esses alérgenos são comuns nas escolas. Também há evidências de que a exposição ao escapamento de diesel dos ônibus escolares e outros veículos exacerba asma e alergias. Esses problemas podem:
  • Impactar o atendimento, o conforto e o desempenho dos estudantes.
  • Reduzir o desempenho dos professores e funcionários.
  • Acelerar a deterioração e reduzir a eficiência das instalações e equipamentos físicos da escola.
  • Aumentar o potencial de encerramento escolar ou deslocalização de ocupantes.
  • Relações de tensão entre a administração da escola, pais e funcionários.
  • Criar publicidade negativa.
  • Impactar a confiança da comunidade.
  • Criar problemas de responsabilidade.
Os problemas do ar interior podem ser sutis e nem sempre produzem impactos facilmente reconhecidos na saúde, no bem-estar ou na planta física. Sintomas, tais como:
  • Dor de cabeça
  • Fadiga
  • Falta de ar
  • Congestionamento no peito
  • Tosse
  • Espirrando
  • Tontura
  • Náusea e irritação do olho, nariz, garganta e pele
Os sintomas não são necessariamente devidos a deficiências de qualidade do ar, mas também podem ser causados ​​por outros fatores – iluminação fraca, estresse, ruído e muito mais. Devido a diferentes sensibilidades entre os ocupantes da escola, os problemas de QAI podem afetar um grupo de pessoas ou apenas um indivíduo. Além disso, os problemas da QAI podem afetar as pessoas de diferentes maneiras.
Os indivíduos que podem ser particularmente suscetíveis a efeitos de contaminantes do ar interno incluem, mas não estão limitados a, pessoas com:
  • Asma, alergias ou sensibilidades químicas;
  • Doenças respiratórias;
  • Sistemas imunológicos retidos (devido a radiação, quimioterapia ou doença); e
  • Lentes de contato.
Certos grupos de pessoas podem ser particularmente vulneráveis ​​à exposição de certos poluentes ou misturas poluentes. Por exemplo:
  • Pessoas com doença cardíaca podem ser mais afetadas pela exposição ao monóxido de carbono do que indivíduos saudáveis.
  • As pessoas expostas a níveis significativos de dióxido de nitrogênio estão em maior risco de infecções respiratórias.
Além disso, os corpos em desenvolvimento das crianças podem ser mais suscetíveis a exposições ambientais do que as dos adultos. As crianças respiram mais ar, comem mais alimentos e bebem mais líquidos em proporção ao peso corporal do que os adultos. Portanto, deve-se ter atenção quanto a qualidade do ar nas escolas. A manutenção adequada do ar interior é mais do que uma questão de “qualidade”; Abrange a segurança e a administração do seu investimento em estudantes, funcionários e instalações.
 

Artigos sobre escola –
https://abrava.com.br/?p=3763

http://www.conforlab.com.br/index.php/artigos-e-videos/a-qualidade-do-ar-nas-salas-de-aula-esta-sendo-negligenciada/

 

Casas

Se você mora em um apartamento, sobrado, uma casa antiga ou está construindo uma nova casa, existem muitas maneiras de proteger e melhorar a qualidade do seu ar interior.

As fontes de poluição interna que liberam gases ou partículas no ar são uma causa primária de problemas de qualidade do ar interno em casas. A ventilação inadequada pode aumentar os níveis de poluentes internos ao não trazer ar fresco fresco suficiente para diluir as emissões de fontes internas e não transportar poluentes atmosféricos internos fora da casa. Os altos níveis de temperatura e umidade também podem aumentar as concentrações de alguns poluentes.

Apresentamos alguns recursos que irão ajudá-lo a tomar medidas imediatas para proteger a QAI em sua casa e evitar problemas durante remodelações, reformas ou ao construir uma nova casa. Você também pode encontrar recursos para ajudar a construção de profissionais e moradores a proteger a QAI  em edifícios residenciais.

 

O que você pode fazer?

  • Reduzir situações que provocam asma.
  • Evite o mofo, controlando a umidade.
  • Mantenha sua casa e seu carro livres da fumaça de tabaco.
  • Se voce tiver fontes de combutsão interna, instale alarmes de monóxido de carbono. Mude as baterias nos detectores de CO e de fumaça existentes.
  • Use e mantenha adequadamente seu sistema de ventilação.

 

O ar-condicionado
Limpar os filtros do ar-condicionado é muito importante. Veja com o fabricante ou no manual do usuário qual a recomendação para a troca pois com um determinado tempo de uso, deve ser substituído;
Jamais limpe o ar-condicionado com produtos químicos, como água sanitária e desinfetantes;
– Instale um sistema de renovação de ar para que haja a troca do ar ambiente com o ar exterior.

 

Limpeza do ambiente
– A limpeza dos cômodos, móveis e outros itens devem ser feitas com produtos adequados. Procure ler atentamente os rótulos antes de comprar e tente evitar produtos com compostos orgânicos voláteis (COV) que sejam tóxicos.

 

Poeira
– Evite o acúmulo de poeira e quando acumular, prefira utensílios que aspirem o pó ao invés de panos e vassouras que acabam o espalhando no ar;
– Dê preferência a aspiradores de pó com filtragem a água ou HEPA (filtro absoluto).

 

Desumidificador ou umidificador de ar
– Se sua casa é muito úmida e o ar-condicionado não está retirando a umidade suficientemente, tenha um desumidificador de ar;
– Se for ao contrário, sua casa é seca ou se você nota que o ar-condicionado deixa o ambiente muito seco, tenha um umidificador de ar ou utilize com mais frequência a função umidificar do aparelho. Ou seja, mantenha o nível de umidade equilibrado; Se utilizar umidificador, tome a precaução de utilizar água a temperatura ambiente, porém fervida anteriormente;
– Um ambiente úmido é propício a proliferação de microrganismos, responsáveis por alergias e problemas respiratórios. Porém, o ar muito seco piora a qualidade do sono, diminui as defesas do organismo e facilita o aparecimento de infecções nas vias respiratórias, como rinite, sinusite, faringite, otite, amigdalite e laringite.

 

Purifique o ar
– Existem diversos tipos de purificadores de ar, que ajudam a diminuir a concentração de mofo, ácaro, pó e outros agentes. Os recomendados são os ionizadores, foto-catálise ou purificadores extraídos de vegetais.

 

Prédios Comerciais

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), à má qualidade do ar interior está causa efeitos na saúde das pessoas. Considerando que passamos em média 90% do tempo em ambientes climatizados (habitações, trabalho, escolas, espaços comerciais, transporte, etc.) e que as concentrações de poluentes em ambientes interiores, dependendo das condições, podem ser superiores à dos ambientes exteriores.
Pode-se então dizer que a má qualidade do ar interior de um edifício, constitui um risco para a saúde dos seus ocupantes. Este risco está associado à existência de fontes poluentes que contribuem para degradar a qualidade do ar interior. As principais fontes de poluição existentes no interior dos edifícios estão relacionadas com características do próprio edifício, da sua ocupação e associadas à sua utilização. Alguns exemplos são:

 

  • Má concepção dos edifícios;
  • Ventilação inadequada, muitas vezes devido ao fato de não se abrirem as janelas e não dispor de tomada de ar externo com filtragem adequada;
  • Escolha inadequada do local de tomada de ar exterior com deficiente filtragem do ar;
  • Falta de manutenção e limpeza de todos os componentes do sistema de ar condicionado (filtro, serpentina, bandeja do condensado, dutos e difusores, etc.);
  • Presença permanente de fontes de contaminação como plantas, fotocopiadoras.
  • Condições de conforto térmico inadequadas.

 

Segue abaixo alguns efeitos comuns relacionados a baixa qualidade do ar interior:

 

  • Irritação de olhos, garganta e nariz;
  • Dores de cabeça;
  • Cansaço;
  • Alergias respiratórias;
  • Tosses e espirros;
  • Congestão nasal;
  • Tontura;
  • Dificuldade de concentração.

 

Síndrome do Edifício Doente (SED)
A síndrome dos edifícios doentes (SED) pode ser definida, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma situação na qual os ocupantes ou usuários de um prédio específico apresentam sintomas sem origem determinada e sem a possibilidade de constatação de uma determinada etiologia, sendo, portanto, desconhecida.
A síndrome do edifício doente é uma condição que ocorre quando uma série de ocupantes do edifício tem uma constelação de sintomas inespecíficos sem uma causa específica identificável, incluindo:

 

    • Náusea;
    • Irritação dos olhos, nariz e garganta;
    • Fadiga mental;
    • Dores de cabeça;
    • Irritação na pele;
    • Tonturas;
    • Sonolência;
    • Falta de disposição;
    • Alteração nos sentidos.

Para que um edifício seja considerado doente, é necessário que pelo menos 20% de seus ocupantes apresentem sintomas por no mínimo duas semanas, sendo que estes desaparecem assim que o indivíduo se afasta do edifício.
A síndrome do edifício doente não deve ser confundida com doenças relacionadas à edificação, que têm uma causa identificável específica dos sintomas.
Admite-se que os principais fatores relacionados à SED são: aerodispersóides (poeira, fibras); bioaerossois (fungos, bactérias, vírus); contaminantes químicos como COV (Compostos Orgânicos Voláteis); contaminantes gerados pelo metabolismo humano (CO2); ventilação inadequada, entre outros.

 

Visão geral das Doenças Relacionadas à Edificação

As doenças relacionadas à edificação são doenças distintas que podem ser rastreadas até uma causa específica. Estes podem variar de alergias de moldes encontrados em um edifício, a infecções bacterianas relacionadas a torres de resfriamento contaminadas, a câncer de exposição prolongada a substâncias cancerígenas. Um dos exemplos mais famosos de doença relacionada ao edifício ocorreu em 1976, quando 182 pessoas que participaram da convenção da Legião Americana ficaram doentes com pneumonia e muitos morreram. Em última análise, a causa foi considerada as torres de resfriamento do prédio, que foram infectadas com uma bactéria anteriormente não conhecida, Legionella pneumophila.