Dizem que se se o passado pertence a historia, o futuro pertence à estratégia.
E que este futuro não é “dado”, mas construído.
Então nada melhor do que juntar profissionais que constroem as cidades para falar de futuro!

O primeiro painel foi iniciado por Luiz Henrique Ceotto mostrando que o grande desafio do setor
é o aumento da eficiência e produtividade.  Ele aponta a sistematização dos processos e da produção através da industrialização como o caminho para evolução e para isso deve ser superado “gargalos” culturais, de visão de estratégica das empresas, tributários, capacitação e estruturais. E finaliza dizendo “se não formos nós, quem?” e “se não agora, quando?”.

Em seguida, Marcia Ferrari do RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) conta como trabalham para
promover e reforçar padrões internacionais técnicos e éticos.  E como neste mundo em transformação a tecnologia digital é apropriada no ambiente  construído através do movimento denominado PropTech.

E para finalizar com um exemplo da tecnologia aplica em seus empreendimentos o CEO da Vitacon – Alexandre Lafer Frankel conta sobre seus novos empreendimentos que tem se compactado
para propiciar que mais pessoas estejam mais próximas dos centros urbanos e tenham mais qualidade de vida.
Isto dentro do raciocínio de otimização da mobilidade e oferta de uma serie de serviços compartilhados nos condomínios, além da apropriação do lazer da cidade e não mais fechado em condomínios.

No debate mediado por Hamilton de França Leite Junior encontram-se pontos em comum entre
as falas sobre a necessidade de integração dos empreendimentos com a cidade.
Esta tipologia de empreendimento compacto com tecnologia embarcada também é viável para moradias sociais,
mas que para nos tornarmos de fato eficientes precisamos caminhar para a tão falada industrialização,
já que estamos 100 anos atrasados em relação a construção americana.

No segundo painel Marcia Taques mostra como as evoluções tecnológicas vêm ocorrendo
de forma exponencial nos últimos anos e relaciona as tecnologias que podem ser apropriadas na construção civil
citando referencias de empresas de IOT, Big Data, Inteligência Artificial, Impressão 3D, Drones e
Realidade Aumentada. Fecha ressaltando que “o importante não são as respostas… são as perguntas”.

Em seguida Marcelo Dadian mostra como a mídia digital tem impactado nossa vida e apesar do
setor de construção ainda ser uma das industrias menos digitalizadas – ganhando somente da caça e agricultura
a adoção de novas tecnologias no “universo da construção” vem evoluindo rapidamente.
Conta o que é o Big Data e como tem facilitado não somente a busca de imóveis, mas na criação
de indicadores urbanos. Exemplifica mostrando o enorme banco de dados que a Zap possui
e como é possível trabalha-lo para assessorar na dinâmica de oferta de demanda de imóveis.

Fechando o painel Miguel Aflalo e André Kauffman abordam as ferramentas “generativas”
ultima evolução das ferramentas de projeto – escopo de suas pesquisas na Universidade de Stuttgart.
Mostram o potencial do design computacional e da fabricação digital e a forma de se apropriar
deste ferramental desde as etapas iniciais do projeto visando ganho de eficiência
através do poder de calculo computacional, mas acima de tudo trazendo uma força estética
reforçada pelo partido e pela forma. O papel do arquiteto é mais uma vez posto à prova para se adaptar.

No debate mediado por Miriam Addor é reforçado o quanto temos que focar nossos esforços
para enxergar a importância de pensar e fazer da produção um ato preciso e previamente
programado / planejado, entendendo a ferramenta e a utilizando de forma adequada para
equacionar a problemática apresentada. Este posto de raciocínio é essencial nesta nova era, enquanto as
atividades braçais estão fadadas a deixar de existir.

No período da tarde o terceiro painel começou com Carolina Kaysel mostrando como os ambientes de trabalho
tem se adaptado para ser produtivo ao funcionário, promover a criatividade e eficiente para a organização,
além de flexível para adaptações futuras. Em continuidade a fala anterior Eduardo Straub fala da importância
da qualidade dos espaços em função dos bem estar dos usuários e o quanto a saúde e qualidade de vida
dos usuários impactam na produtividade das empresas. A certificação Well Building Standard veio como
uma evolução dos parâmetros de sustentabilidade para estender a régua dos impactos além dos impactos,
trazendo a visão de bem-estar do usuário.

Izabel Barros fecha trazendo uma serie de questionamentos sobre como estamos preparados
para enfrentar os desafios atuais e como entender os espaços de trabalho corporativos
de forma profunda para criar projetos adequados.

O espaço tem o poder de moldar o comportamento que ao longo do tempo de torna cultura!
A mediadora do painel Pierina Piemonte corrobora com o que foi dito nas falas anteriores
ressaltando o desafio dos projetos corporativos atuais em entender a corporação, aliar gerações
em um único ambiente e ambienta-los para atrair e reter talentos.

O ultimo painel do dia foi aberto por Ary Krivopisk que começou contando a experiência de vida
dos fundadores da We Work em comunidades onde compartilhar era base de sua cultura,
que foi trazida para sua empresa hoje posicionada como a quinta maior startup do mundo.
Eles entenderam desde o início de suas atividades que compartilhar é o segredo diferente do que
se imaginava anos atrás. Outro fator importante para o sucesso é o design dos espaços
feito para atrair clientes criando identidade local e promovendo o relacionamento entre eles.
Sandya Coelho conta em seguida a experiência do GetNinjas, o maior aplicativo para contratação
de serviços no Brasil que tem 14mil arquitetos cadastrados (3,5% dos seus profissionais).

Para fechar a visão das novas relações de trabalho, a advogada Louise Costa Corrêa de Souza mostra
as novas formas de contratação conforme a reforma trabalhista mostrando que é possível
a implantação de certas modalidades de contratação. O melhor regime a ser aplicado
deve ser avaliado de acordo com a dedicação do profissional, sua faixa de salário e nível de responsabilidade,
sempre adotando um contrato adequado a modalidade definida.

O presidente da AsBEA Edison Lopes mediou este painel.

O evento foi bastante abrangente e amplo na discussão mostrando a mudança de comportamento
das novas gerações e suas ambições que devem ser atendidas sem esquecer de todas as outras gerações.
Em conjunto com isso a necessidade de repensar os empreendimentos e sua relação com a cidade
de forma a atender novas relações familiares, mobilidade e apropriação dos espaços públicos.
Entendendo como preemente o aumento da produtividade no setor com a implantação
de sistemas construtivos industrializados e processos de gestão mais precisos.
O relato de diversas tecnologias e formas distintas de se apropriar das mesmas nos mostra que
é crucial para o êxito no seu uso a compreensão sobre a adequação da tecnologia.
E também, o entendimento da sua estratégia de uso dentro do contexto.

Fonte Asbea