Em evento realizado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, painelistas afirmam que a ratificação da Emenda Kigali, pelo Brasil, antes da COP-26, de novembro, representará muito em termos políticos para o Brasil nas discussões do clima

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, realizou nesta quarta-feira, 13, audiência pública que discutiu a importância da ratificação e internalização da Emenda Kigali, pelo Brasil. O evento foi requerido pelo deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), e ficou claro, para os convidados, que o Brasil não pode demorar mais para adotar essa medida.

Na avaliação geral, o país teria muitos benefícios, inclusive com relação à competitividade de seus produtos industrializados. Agostinho destacou que as discussões têm sido bastante densas, mas que será feito um esforço coletivo junto aos líderes partidários para que o tema seja pautado para o Plenário e, em seguida, seja aprovado no Senado.

Rodrigo Agostinho lembrou, ainda, o compromisso assumido pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), na reunião parlamentar do G-20, com uma pauta voltada para os temas climáticos. Na sua avaliação, “as discussões em torno da destruição da camada de ozônio precisam dar-se em conjunto com os temas relacionados com as mudanças climáticas. Precisamos entender que isso é importante para a sociedade como um todo. Trata-se de um ganha-ganha”, explicou.

Segundo ele, Trata-se de uma emenda que irá atrair mais de U$S 100 milhões de dólares em investimentos a fundo perdido no parque industrial brasileiro. Isso representará a geração de empregos e a conservação ambiental. Todos saem ganhando. Vamos pedir mais uma vez o apoio de todos os líderes para que a proposta possa ser votada em plenário o quanto antes. As perspectivas são positivas. Estamos as vésperas de um grande evento de clima e a matéria é mais do que urgente”, afirmou.

Participaram do evento, Suely Machado Carvalho, Especialista Sênior do Painel Assessor de Tecnologia e Economia do Protocolo de Montreal, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente; Arnaldo Basile, presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA); e Clauber Leite, Coordenador da Estratégia de Energia do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC).

Confira como foi a audiência AQUI

O Eng° Arnaldo Basile, presidente da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento,  foi convidado para a audiência com o objetivo de posicionar o setor diante do tema.

Confira os principais pontos apresentados pela ABRAVA:

  •  ABRAVA apoia as ações da Rede Kigali
  • ABRAVA foi protagonista no desenvolvimento das ações do Protocolo de Montreal (inclusive na destinação dos equipamentos para recolhimento e reciclagem de gases refrigerantes) e pode contribuir na elaboração das ações
  • Qualificação profissional = Segurança !
  • Não existe solução única de fluido refrigerante – Inúmeras alternativas
  • Cada solução depende da aplicação & Investimento (bases fundamentais para análise: Risco, Performance, Eficiência Energética):
  • Pesquisas & desenvolvimentos continuam acontecendo em todas as áreas dos segmentos da Climatização e da Refrigeração
  • Equipamentos de Ar Condicionado e Refrigeração consomem atualmente até 30% menos energia do que os fabricados há 30 anos
  • Sistemas centrais de Climatização e Refrigeração podem consumir até 50% menos energia do que os instalados há 30 anos
  • “Retrofit”: é um dos segmentos mais pujantes do Setor AVACR, e que está contribuindo com a recuperação da Economia Brasileira

 Conclusão da Audência na visão da ABRAVA: 

  • A ratificação da Emenda Kigali permitirá ao Brasil poder ter acesso a investimentos para adequar o Setor AVACR (produtos, processos de manufatura e boas práticas de aplicação, uso e manutenção)
  • Fatores importantes para adequação do Setor AVACR à Emenda Kigali:
  • Treinamento e capacitação de profissionais para a realização de retrofits dos sistemas de climatização (incluindo troca dos gases refrigerantes)                   (universo estimado em 80.000 MEI – micro empreendedores individuais / 25% habilitados)
  • Disponibilização de equipamentos para a troca e reciclagem dos gases refrigerantes dos sist.’s de climatiz. e refrig. existentes
  • Intensificação dos controles de importações de gases refrigerantes
  • Instalação de laboratórios independentes de testes de performance e Efic. Energética de equipamentos (fabricação nacional e importados)
  • Conscientização dos usuários para o uso adequado dos equipamentos e sistemas de climatiz. e de refrigeração
  • O Setor AVACR foi reconhecido como essencial pela Secretaria da Saúde desde maio/2020; posteriormente foi reconhecido tb pelo Min. da Saúde
  • A pandemia da Covid-19 demonstrou o quanto o AC contribui para diminuir os riscos de contaminação qdo bem projetado, instalado, operado e mantido uso será crescente !
  • Brasil não pode correr o risco de ficar impedido de importar gases refrigerantes a partir de 2030 !

 

Assessoria de Imprensa – CREDN – Gustavo Sales

Assessoria de imprensa – ABRAVA – Alessandra Lopes