No dia 26 de março, representantes da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento participaram da “Conferência Internacional Caminhos para a Eficiência Energética no Mercado Brasileiro de Condicionadores de Ar”, realizada pelo Instituto do Clima e Sociedade e a Eletrobrás/Procel. O objetivo da Conferência foi promover uma discussão sobre os programas brasileiros para equipamentos de ar-condicionado tendo o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e o Selo Procel como instrumentos para a eficiência energética e desta forma desenvolver novos caminhos e soluções dentro do tema. O evento aconteceu no Rio de Janeiro, na sede da Eletrobrás.

A Conferência foi dividida em 4 painéis:  1)O papel da eficiência energética no setor de ar condicionado no enfrentamento dos desafios do setor elétrico brasileiro – mediado por Carlos Alexandre Príncipe/MME; 2) O papel da etiquetagem e eficiência energética– mediado por Lavínia Hollanda      (Escopo Energia); 3) Metodologia de ensaio – mediado por Roberto Lamberts/ UFSC; e 4) Quais as oportunidades e desafios para o avanca da etiquetagem no Brasil? Como enfrentá-los?  Mediado por Kamila Borges.

Representando a ABRAVA estiveram na Conferência: o vice-presidente de relações governamentais Mauro Apor, vice-presidente de Eficiência Energética Tomaz Cleto, o presidente do Departamento Nacional de Ar Condicionado Central Luciano Marcato e o presidente do Departamento Nacional de Ar condicionado Residencial Toshio Murakami.

O VP de relações governamentais ABRAVA, Mauro Apor, faz um relato sobre o posicionamento da Associação no evento“ Saímos deste evento com alguns endereçamentos com relação a definição da metodologia, um tema de curto prazo. Aparentemente vimos uma convergência em nossa discussão, não há dúvidas que é necessária uma mudança na metodologia de ensaios, mas isto pode ser discutido ao longo do tempo por ser de ordem técnica. Entendemos que de posse das informações, regras fixadas e prazos definidos para a implantação para que todos os participantes e sociedade possam identificá-los,  prazos para que os laboratórios de ensaios possam se readequar em busca dos índices , a própria indústria já conhecendo estas novas regras e novos parâmetros de forma oficial por meio de um instrumento legal, uma portaria  para que se adequem , tanto no desenvolvimento de seus produtos, assim como os ensaios, acreditamos que não haverá desculpas para pedidos de prorrogação da adequação, todos querem se adequar de maneira justa, sem atropelos. Após a publicação destas novas regras fixadas, assim como na Índia, no Brasil da mesma forma que foram feitas outras políticas implementadas, há a necessidade de uma fase voluntária de implementação, visando antecipação daqueles interessados e que estão investindo neste novo padrão,  para que se torne um diferencial para o mercado, garantir que não haja falhas no final”.

“Buscar a convergência do poder público e seu direcionamento por meio das Políticas públicas alinhadas com os objetivos energéticos do Ministério de Minas e Energia, com as determinações do INMETRO e as políticas industriais em conformidade com os regramentos da OMC, é fundamental para este tema”, esclarece Apor.

Como sugestão, Mauro disse ainda que “nas questões de mudanças na etiquetagem,  vale destacar que as etiquetas de produtos sofreram mudanças ao longo dos tempos visando a comunicação ao consumidor, informações que eram desnecessárias foram supridas e até informações que facilitavam a fiscalização em campo. Mas,  acreditamos ainda que esta comunicação tenha que sofrer novas mudanças para o entendimento da etiqueta. A comunicação tem que ser fácil entendimento, de forma simples, onde o consumidor consiga entender qual o gasto terá ao optar pelo uso do equipamento. Muitos que usam desconhecem as informações, e muitos que gostariam de ter o equipamento,  não tem por não fazerem ideia de quanto seria este gasto com  o consumo energético. Para o consumidor é saudável saber o seu gasto. Uma comunicação correta faria a promoção correta das informações que estamos tratando neste foro”.

Para finalizar, O VP da ABRAVA informou que é cabe a indústria suportar ao MME informações necessárias a contribuírem com a avaliação para definição destas medidas, para que então se consiga chegar a uma conclusão. “Creio que chegamos a um patamar de informações razoáveis, não temos produtos de última geração, mas precisamos avaliar isto e mostrarmos os resultados na prática”.

Como conclusões e próximos passos após a Conferência ficou acertado que:

 

  1. INMETRO convocará uma reunião, a ser realizada em abril/2019, para abrir a discussão sobre os seguintes pontos:
    1. Revisão do método de ensaio para introdução, no Brasil, na métrica sazonal;
    2. Diferenciação do selo Procel em relação à etiqueta do PBE;
    3. Agenda de revisão dos níveis mínimos de eficiência energética;
    4. Revisão da etiquetagem do PBE;
    5. Integração com outras políticas.

 

  1. PROCEL está trabalhando para a revisão do Selo Procel.

 

  1. PROCEL apresentará uma proposta de novo método de ensaio até julho/2019.

 

  1. Fabricantes de ar condicionado contribuirão para a construção de agendas para desenvolvimento das ações.

O evento pode ser assistido na integra no link https://www.youtube.com/watch?v=2jbubqKIF3c