O encontro do  ICARHMA (International Council of Air conditioning, Refrigiration and Heating, Manufacturers Assotiations) desse ano foi realizado em Montreal, entre os dias 20 e 23 de setembro.   O Encontro manteve sua estrutura tradicional, mesclando atividade técnicas com uma parte social muito interessante para o estreitamento das relações entre as diversas entidades que formam o Conselho.

O Presidente Executivo da ABRAVA, Arnaldo Basile e o Diretor de Relações Internacionais, Samoel Vieira de Souza, participaram do encontro que despertou um olhar sobre temas ligados às mudanças climáticas, tendo como destaque a transição para a economia de baixo carbono, a eficiência energética, a qualidade do ar e a necessidade cada vez maior da capacitação profissional.

” Brasil segue como protagonista no Conselho. Diversos assuntos estiveram em pauta, e a novidade é que conseguimos junto com a Itália colocar o tema da qualidade do ar interno na pauta das próximas reuniões . Um novidade é que o próximo encontro acontecerá em agosto de 2024 no Brasil” destaca Arnaldo Basile.

Do ponto e vista da transição para a economia de baixo carbono, além da eficiência energética como principal fator, entra também a transição dos fluidos refrigerantes em função do “HFC Phase Down” imposto pela emenda de Kigali dentro do Protocolo de Montreal. Entra em pauta também a eletrificação de equipamentos como bombas de calor na Europa para tender aos programas de eletrificação criados em função da crise energética originada pelo prolongado período da guerra da Rússia x Ucrânia que trouxe para a Europa uma escassez de óleo e gás.

De acordo com Samoel Vieira, “A transição dos fluidos refrigerantes, é um tema que já vem sendo abordado nos últimos encontros do ICARHMA, uma vez que está ligado diretamente ao nosso setor, que se viu na obrigação de alterar a tecnologia na área de aquecimento doméstico e comercial, que antes utilizava óleo e gás, para o uso de eletricidade e ao mesmo tempo aumentar drasticamente a produção, pois a urgência da transição praticamente dobrou o mercado para esses equipamentos”.

As nove entidades presentes; ABRAVA (Brasil), AHRI (USA), AREMA (Austrália), EEPE (EU), EUROVENT (EU), HRAI (Canadá), JRAIA (Japão) e KRAIA (Coreia do Sul), apresentaram suas três maiores questões ou preocupações (Top 3 Issues), onde os temas são muito parecidos, as vezes até similares, como no caso da implementação das metas estabelecidas pela emenda de Kigale, na qual os países como Brasil, Canadá, China e Coreia estão no mesmo grupo e no mesmo momento em termos de adequações de suas legislações internas. Os quatro aguardam publicações de leis ou regulamentos para o estabelecimento do cronograma local por parte do governo, o que deve ocorrer no próximo mês de outubro. A ABRAVA teve participação ativa e a troca de informações com as demais organizações foi muito intensa.

Um outro ponto importante, foi a aprovação pelos presentes de um documento denominado “Global Cooling Pledge for COP28” (Compromisso de Resfriamento Global para a COP28). Confira aqui

Este documento é composto por 14 exposições de motivos, todos iniciados pela expressão “Reconhecendo que:” no qual as entidades expõem a importância do setor de Refrigeração e Ar-condicionado como estratégia-chave de adaptação, importante para reduzir as emissões, permitir o trabalho produtivo, fornecer proteção contra o estresse térmico, apoiar o bem-estar humano, reduzir a perda de alimentos, melhorar o acesso a cuidados de saúde e medicamentos, e apoiar a uma transição energética justa.

Após a exposição dos 14 itens o documento solicita de todas as autoridades governamentais que estarão presentes na COP28, que se comprometam a aumentar coletivamente o acesso ao Resfriamento Sustentável até 2030, comprometam-se que a redução do uso dos HFCs seja acompanhada por um aumento na classificação média de eficiência energética etc.

No documento, o termo Resfriamento Sustentável, refere-se a ações que nos coloque no caminho consistente para atingir o “Net Zero” antes de 2050, conforme definido no documento “COP26 Climate Action, que determina ações para obtermos zero emissões de carbono até 2050

No mais o encontro manteve sua tradição de agregar novos colegas locais e aumentar o nível de relacionamento entre todas as entidades do conselho.