Pedro Constantino Evangelinos é o novo presidente da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), sucedendo a Arnaldo Basile. Não é a primeira vez que Evangelinos exerce um mandato na entidade. Começou em 1977 ocupando cargo na diretoria do Sindratar-SP; foi presidente da Abrava, em concomitância com o Sindratar entre 2001 e 2004, e do Sindratar de 1989 a 1992. Esteve, também, à frente do Instituto Brasileiro do Frio (IBF) no biênio 1990-1992. Tem larga experiência como delegado representante do setor na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
Como convém, perguntamos o que considera central no mandato que inicia. “Oferecer ao nosso associado informações que o permitam se planejar no sentido de melhorar o resultado da última linha”. Ou seja, estabelecer conexões para que o balanço das empresas possa ser o mais positivo possível.
O novo presidente da Abrava defende que a Associação seja uma ferramenta para o levantamento do que os setores-clientes estão pensando para os próximos 12 ou 24 meses. “E isso só é possível se estabelecermos relações institucionais com associações representativas dos mercados para os quais fornecemos. Por exemplo, nós precisamos saber o que estão pensando os setores supermercadista ou hospitalar. Irão abrir mais lojas no próximo período? Serão construídos novos hospitais? Ou, ao contrário, vislumbram uma retração. São informações que determinarão o resultado das nossas empresas; como poderão ganhar mais, ou o que fazer para reduzir as perdas ao mínimo possível.”
Mas para isso, Evangelinos entende ser necessária a atuação de um Presidente Executivo, aliás já previsto no novo estatuto da Abrava. “Impossível para um executivo ou dono de empresa assumir a tarefa de pensar a Associação e suas conexões sete dias por semana. É trabalho para um profissional que esteja pensando o mercado e suas possibilidades e potencialidades.”
O novo presidente da Abrava explica que só assumiu a responsabilidade diante da certeza que existirá esse profissional. “Considero o regime presidencialista péssimo. Ao presidente do Conselho cabe ceder o poder ao Presidente Executivo e à Diretoria Executiva. Este é o modelo que perseguimos; um formato de administração que faça a Abrava viver pelos próximos 50 anos.”
De início, Arnaldo Basile, que antecedeu Evangelinos, assumirá tal função. “Ele me prometeu que, enquanto não tivermos este profissional definitivamente, ele exercerá o cargo de Presidente Executivo. Apenas com essa perspectiva concordei com este novo mandato”, diz o presidente recém-empossado.
Importante notar que a Abrava deu passos gigantescos nesse sentido. A última gestão foi marcada por uma inédita aproximação e interação com associações representativas dos setores clientes e com instituições governamentais, como Abrainc, Abrafac, Grupas Fenemi, Procel, CONFEA, CREA, entre outras.
Pedro Evangelinos destaca, também, a importância de estabelecer laços com entidades que têm o mesmo ideário da gestão que se inicia na Abrava. Entre os pontos de identidade, ele cita a reforma da previdência e a reforma tributária, “aliás mais importante, pelos reflexos imediatos”.
“Com o IBS, imposto sobre bens e serviços, estabelecido em 20%, o ar-condicionado iria de 60% para 20%! Geraria uma demanda espantosa. Basta notar que, hoje, a indústria representa 20% do PIB e gera 36% da arrecadação. Já o setor de serviços, que representa 60% do PIB, arrecada 11%”, entusiasma-se.
Antenado para as necessidades imediatas, Evangelinos alerta para a formação de mão de obra. “Os cursos à distância são os que mostram o melhor benefício para aqueles que querem ascender ou retornar ao mercado de trabalho. É possível trabalhar com o Senai (Oscar Rodrigues Alves) e outras instituições de ensino espalhadas pelo país. Basta dizer que 86% dos profissionais formados pelo Senai estão empregados! Estes cursos, além de cumprirem a necessidade de transmitir conhecimento, seriam fontes de receitas para a Associação.”
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