Agendada para acontecer entre os dias 06 e 16 de agosto, a Expedição do Clima no Jalapão tem por objetivo chamar à atenção da sociedade a respeito dos danos ambientais causados pelos gases de efeito estufa (GEE) que vazam dos sistemas de ar-condicionado de veículos automotores como carros, ônibus, caminhões e tratores. A Expedição conta com o apoio institucional da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento por meio do seu Departamento Nacional de Ar Condicionado Automotivo e Agrícola.
Idealizada por Sérgio Eugênio, presidente do DN Ar Condicionado Automotivo e Agrícola da ABRAVA, e diretor da oficina e escola de climatização e refrigeração veicular Super Ar, a expedição off-road reúne empresas patrocinadoras e profissionais do ramo que apresenta entre seus objetivos, apoiar a implementação da Emenda de Kigali, acordo internacional que, se ratificado pelo Congresso, deverá proporcionar diversos benefícios econômicos à indústria brasileira e ao clima do planeta.A qualidade do ar interno (QAI) nos meios de transporte, além da manutenção correta e periódica dos motores, será outro tema em destaque durante a expedição.
Para Sérgio Eugênio, “ A Expedição do Clima ao Jalapão será um marco para o setor de ar condicionado automotivo. Será uma jornada em prol da conservação do meio ambiente e da sustentabilidade na indústria automotiva no segundo maior bioma brasileiro em extensão e a mais rica savana do mundo em biodiversidade, serão quase mil quilômetros na unidade de conservação localizada no leste do Tocantins (TO)”.
Os fluidos refrigerantes
Atualmente, há pelo menos 50 milhões de veículos leves, ônibus e caminhões circulando no País com o fluido refrigerante R-134a. Quando liberado na atmosfera, esse hidrofluorcarbono (HFC) gera um impacto climático 1,3 mil vezes maior que o dióxido de carbono CO₂.
A expectativa é que esse poluente seja substituído, nos próximos anos, pelo R-1234yf, uma hidrofluorolefina (HFO) de baixo potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) adotada por fabricantes de automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos. Na indústria do transporte refrigerado, o HFC a ser eliminado é o R-404A, GEE quatro mil vezes mais potente que o CO₂.
Sérgio destaca que a Emenda de Kigali prevê a redução da produção e consumo de HFCs em 80% nos próximos 30 anos. “Por isso, vamos aproveitar essa jornada à savana brasileira para manifestar nosso apoio à ratificação da Emenda de Kigali pelo Congresso. Infelizmente, o projeto de decreto legislativo que põe o Brasil entre os signatários do acordo internacional está parado há mais de um ano na Câmara dos Deputados”, ressalta. A adesão do Brasil a esse pacto climático pode injetar cerca de US$ 100 milhões para modernização da indústria brasileira, segundo cálculos de organizações da sociedade civil”, completa”.
“Se os parlamentares não aprovarem logo a adesão do Brasil, o País poderá perder US$ 100 milhões até 2023. Esses recursos, distribuídos pelo Fundo Multilateral para Implementação do Protocolo de Montreal, são fundamentais para a modernização do setor de refrigeração e capacitação de mão de obra para lidar com novos fluidos refrigerantes”, afirma.