Uma discussão que parece óbvia, mas não é. Veja por que

Assim como no dia a dia, em especial no retorno ao ambiente de trabalho ainda neste período de pandemia da Covid-19, aliado agora às altas temperaturas, o uso de sistemas de climatização artificial torna-se essencial e exige alguns cuidados e atenção. E, por este motivo a ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento destaca algumas medidas preventivas no uso do ar-condicionado, e faz um alerta para que ambientes que não disponham de renovação de ar por ventilação mecânica ou mesmo que ainda de forma natural através de portas e janelas, não devem ser ocupados, pois esta condição é indispensável para o uso seguro do ar-condicionado e no controle de doenças transmissíveis pelo ar.

Vale lembrar que, existem alguns tipos de equipamentos como mini plits simples normalmente utilizados em residências e ambientes comerciais de pequeno porte como lojas, consultórios, escritórios, dentre outros, que podem ser operados por qualquer pessoa, e outros sistemas maiores e mais complexos como “Centrais”, Splitões, roof-tops, fan-coils etc,   que devem ser operados apenas por profissionais habilitados. Neste contexto, existem interações com os equipamentos que podem ser realizadas pelo usuário final, e outras apenas por profissionais habilitados.

Cuidados para com o uso ao ar-condicionado em um ambiente comercial

O usuário final/colaborador de um ambiente de trabalho deve:

– Manter a temperatura em torno de 24ºC (indicada pela OMS – Organização Mundial da Saúde), em conformidade com a Portaria 3.523/98 e Resolução 09/03 da ANVISA, evitando temperaturas muito abaixo ou mesmo muito acima do recomendado;
– Observar e exigir o bom estado de conservação e limpeza dos equipamentos e acessórios;
– Sempre que achar necessário, solicitar o PMOC – Plano de Manutenção, Operação, Manutenção e Controle assinado por responsável técnico legalmente habilitado e o laudo da qualidade do ar interno previsto de acordo com a Lei 13.589/18 para ambientes com mais de 60.000 Btus/hora;
– O primeiro ocupante que chegar ao ambiente deve ligar o equipamento de ar-condicionado, abrir portas e janelas para a troca do ar interno por um tempo aproximado de 15 minutos.

O responsável operacional do ambiente comercial, assim como do sistema de ar-condicionado deve:

– Cumprir os requisitos legais para utilização de sistemas de climatização como a Portaria 3.523/98 e a RE-09 da ANVISA que determinam a existência de periodicidades mínimas a ser observadas para alguns componentes do sistema, que são classificados como pontos disseminadores de poluentes. A saber: bandeja de condensado, filtros de ar, serpentinas, ventiladores, rede de dutos, salas de máquinas, umidificadores e tomada de ar externo (TAE). Para filtros de ar, caso sejam descartáveis, o período máximo de uso independentemente da saturação é de 90 dias;

– Manter atualizada as análises da qualidade do ar interno, no mínimo semestralmente, e fazer as correções dos desvios identificados nos laudos, conforme Resolução 09 da ANVISA. Recomendamos monitorar constantemente a qualidade do ar;

– Manter o PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle previsto na Lei Federal 13.589/18 atualizado e em local de fácil acesso. O PMOC obriga a manutenção de sistemas de ar-condicionado em todos os edifícios de uso público e coletivo, em garantia a segurança e saúde das pessoas

– Em casos de o ambiente comercial ter um equipamento simples, o responsável deve mantê-lo limpo, em especial lavar bandejas e filtros com produtos adequados. Caso não sinta-se preparado para tal ação, contrate um especialista;

– Para manutenção de outros componentes do equipamento como troca de filtros de ar, trocadores de calor, ventiladores, gabinetes e acessórios, a manutenção deve ser realizada apenas por profissionais especializados;

– Observar se no sistema de climatização do ambiente existe o dispositivo de renovação de ar interna instalado. Se necessário ajustar a renovação do ar externo em maior vazão possível, com atenção para áreas altamente poluídas. Em caso negativo é necessário providenciar sua adequação com urgência.

Caso não seja possível instalar o dispositivo ou sistema para a renovação de ar, manter o(s) equipamento(s) de ar-condicionado em modo ventilação, e abrir portas e janelas para garantir uma ventilação natural. Quanto maior a ventilação do ambiente interno, menor o risco de transmissão de patógenos.  Para ter certeza que a aberta de portas e janelas está sendo eficiente, consulte um profissional especializado. Importante manter filtros de ar no equipamento para retenção de material particulado.

– Manter as salas de máquinas dos equipamentos limpos com restrição de acesso. A sala de máquina deve conter apenas os equipamentos de ar-condicionado.
– Qualquer alteração ou modificação nos equipamentos e sistemas de climatização acima, deve ser realizada somente por profissional especializado e legalmente habilitado.
– Seguir as recomendações previstas em relação a manutenção, classificadas em 3 etapas:
– Preventiva: momento em que os procedimentos são previamente planejados e ações técnicas necessárias à garantia de desempenho e de durabilidade dos equipamentos,
– Corretiva: procedimentos não agendados e sob demanda, destinados a recolocar os equipamentos em seu perfeito estado de uso.
– Preditiva: procedimentos de análise de parâmetros dos sistemas

No caso de dúvidas como, qual o tipo de sistema que está instalado? Qual a melhor decisão a ser tomada em relação ao ambiente? Ou qualquer outra dúvida, por mais simples que possa parecer, a ABRAVA recomenda consultar um profissional habilitado. Alterações no modo de operação dos sistemas de climatização requerem conhecimentos especializados associados a responsabilidade técnica definida. A contratação de profissionais habilitados para a realização destes tipos de serviços é recomendada para prevenção de futuros problemas com a sua aplicabilidade e seu bom uso.

Recomendações feitas por:

Eng° Arnaldo L. Parra – especialista em PMOC e Diretor de Relações Institucionais da ABRAVA
Eng° Leonardo Cozac – membro do Qualindoor – Departamento de Qualidade do Ar Interno e Diretor de Operações da ABRAVA

Assessoria de imprensa – Momento Comunicação

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