Entre os dias 31 de outubro e 13 de novembro, aconteceu a Conferência da ONU referente às Mudanças Climáticas – COP 26. Entre os participantes da conferência e representantes do Brasil estava a comitiva do governo do Estado de São Paulo, que foi em missão organizada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB. Os representantes da ABRAVA e membros da Câmara de Refrigeração e Ar condicionado, Thiago Pietrobon e Leonardo Cozac, estavam entre os membros da comitiva, uma das conclusões é que o setor AVAC-R é estratégico com a substituição dos gases, eficiência energética e com a qualidade do ar interno nos ambientes.

A agenda cumprida pelos integrantes da missão foi bem extensa, entre as atividades, destaque para o lançamento do livro “Acordo Ambiental São Paulo – 56 cases de Sucesso” – coordenada pela CETESB, em 01/11, que conta com um capítulo com um case do setor AVAC-R de tema “Contribuições da destinação correta de embalagens de fluidos refrigerantes para as metas de descarbonização da economia”.

No dia 05 de novembro, aconteceu o painel que contou com duas palestras do setor AVAC-R. O case apresentado pela ABRAVA destacou os resultados da correta destinação dos cilindros pós-consumo de gás refrigerante às Centrais de Regeneração de Fluidos Refrigerantes, enquanto exemplo prático de como o setor pode contribuir com as metas globais de redução de emissões de gases de efeito estufa. Além dos dados reais de atuação das Centrais de Regeneração, o case apresentou ainda, estimativas do potencial baseado nas importações nacionais. Apenas para o R22, a logística reversa de cilindros descartáveis representaria 208,7 mil toneladas de CO2eq evitados. Este número é ainda maior, se considerarmos os HFCs, cujo GWP é ainda maior. As conclusões do painel ficaram a cargo de Patrícia Iglesias, Diretora Presidente da CETESB.

De acordo com Thiago Pietrobon, Presidente da Câmara de Refrigeração e Ar condicionado da CETESB, membro da ABRAVA, e Ceo da Ecosuporte “A COP26 de Glasgow resolveu importantes pontos em aberto na agenda climática mundial. Regulamentou o mercado de carbono, o que se traduzirá em oportunidades para o setor ao passo que avança para economia de baixo carbono. Confirmou a ambição de elevação máxima de temperatura no final do século em 1.5oC, o que significa maior segurança para todos no que diz respeito às mudanças do clima, mas também expôs o tamanho do desafio que temos pela frente, ao evidenciar que já estamos a 1.1oC acima do normal e que fazendo a projeção das metas apresentadas até agora pelos países, conseguiríamos reduzir apenas para 2.4oC ou 2.7oC. Ainda precisaremos intensificar as ações e metas para realmente chegarmos ao máximo de 1.5oC. Com isso, as metas que eram revisadas a cada 5 anos, serão agora anualmente revisada, aumentando a transparência das ações nacionais. O desafio para nosso setor, agora, é traduzir estas metas em ações e quantificar as oportunidades de contribuição para redução dos gases que provocam as mudanças do clima”.

A presença da ABRAVA no maior evento mundial sobre o clima e meio ambiente permitiu posicionar o setor entre autoridades, formadores de opinião e pesquisadores, de forma a possibilitar uma atuação mais assertiva no desdobramento das metas, seja junto ao governo federal, seja junto aos governos estaduais, que também se fizeram presentes no evento. Os representantes da associação voltaram com o compromisso de apoio ao poder público no debate sobre o tema, que formará a base legal brasileira.

Para o Eng° Leonardo Cozac, diretor da ABRAVA, past presidente do Qualindoor, membro do PNQAI e CEO da Conforlab, “As temáticas que envolvem a ESG Governança Ambiental, Social e Corporativa deram a tônica para as discussões, o que elevou a responsabilidade das empresas deixando a sustentabilidade de ser algo periférico para essencial nas instituições. Como representantes do Plano Nacional de Qualidade do Ar Interno tivemos a oportunidade de apresentar o PNQAI para a comitiva da OMS. Conseguimos elevar o patamar das discussões acerca do tema da qualidade do ar interno, mostrando o protagonismo ao liderar o tema junto a FAIAR,  Federação das Associações Ibero-Americanas de Ar Condicionado e Refrigeração, situação que como membro efetivo da Aliança Global de Qualidade do Ar Interno nos permitirá discutir ainda este ano, a inclusão do tema em outros eventos que discutirem as mudanças climáticas”.