“À medida que o setor reprojeta seus aparelhos para substituir os HFCs, também é essencial melhorar a eficiência energética deles”, diz o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres | Foto: Mark Garten/ONU

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu que todos países criem planos de ação nacionais visando estimular o desenvolvimento e a adoção de sistemas de refrigeração e ar condicionado mais eficientes e sustentáveis.

Os comentários dele sobre esse assunto foram feitos durante a declaração que marcou o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, data celebrada na última segunda-feira (16).

Com o lema “32 anos de recuperação”, a agência ambiental da ONU liderou a campanha mundial para comemorar o aniversário da assinatura do Protocolo de Montreal, tratado que estabelece a eliminação gradativa de substâncias destruidoras de ozônio (SDOs).

Na ocasião, Guterres destacou o sucesso do acordo em função do apoio global unânime, elogiou as 81 nações que já ratificaram a Emenda de Kigali e incentivou todas as outras a seguir o exemplo.

Referindo-se à cúpula do clima da próxima semana em Nova York, ele disse que “a implementação da Emenda de Kigali será a frente e o centro da ação climática”.

“Precisamos que todos os países desenvolvam planos para proporcionar uma refrigeração eficiente e sustentável e fornecer serviços essenciais à preservação da vida, como vacinas e alimentos seguros, para todas as pessoas. Estamos pedindo ações concretas e aprimoradas da indústria. A liderança das empresas líderes mundiais é essencial para transformar essa ambição em realidade”, ressaltou.

“À medida que a indústria reprojeta seus aparelhos para substituir os hidrofluorcarbonos (HFCs), também é essencial melhorar a eficiência energética deles para reduzir ainda mais seu impacto no clima”, acrescentou Guterres, ao enfatizar que mundo ainda deve permanecer em alerta quanto ao uso ilegal de gases que destroem a camada de ozônio.

“A recente detecção de emissões de um desses gases, o CFC-11, nos lembra que precisamos de sistemas contínuos de monitoramento e registro, além de melhores regulamentos e aplicação da lei”, disse.

A mais recente avaliação científica sobre a destruição da camada de ozônio, concluída em 2018, mostra que partes dela se recuperaram a uma taxa de 1% a 3% por década desde 2000.

Pelas taxas projetadas pelos cientistas, o ozônio sobre o hemisfério norte deve se recuperar completamente até os anos 2030. No hemisfério sul, isso deverá ocorrer até a década de 2050 e, nas regiões polares, até 2060.

Segundo a ONU, os esforços para proteger a camada de ozônio também contribuíram diretamente para o combate às mudanças climáticas, evitando, entre 1990 e 2010, o lançamento de 135 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) na atmosfera.

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